A Galeria Karla Osorio apresenta a exposição ‘Dar Asas as Cobras’’, individual da artista Selva de Carvalho.
Sobre a exposição
Corpo
Selva de Carvalho é nome/duplo/corpo criado por Stephanie de Carvalho Klabin. E esse dado é importante para a compreensão do trabalho criado pela artista e que compõe a proposição instalativa apresentada no estande. Nela, Selva cria uma possibilidade de pensarmos nas possibilidades de trânsitos entre corpos, criando relações híbridas entre a memória do corpo e a paisagem, seja essa interna ou a externa. Inclusive, é nesse limiar que o trabalho da artista se estabelece, como percebemos em Ex-feras queridas, uma série de 108 desenhos em nanquim, pastel seco, bastão oleoso e lápis aquarelável que a artista compõe figuras que surgem da relação entre memória, sonho, inconsciente, mitologia, feminino, buscando as relações de cura para um corpo em transformação. Ao lidarmos com essas feras internas como lugar de apaziguamento, Selva nos convida a colocar nosso corpo em movimento, ampliando nossas percepções em relação a nós mesmos e ao nosso entorno.
E é nessa expansão do corpo que Selva, inclusive, expande seu trabalho para outras materialidades, dando uma dimensão maior do corpo, agora em relação à arquitetura e ao espaço. Esse movimento de ocupação nos permite pensar sobre uma ideia de corpos compartilhados e intercambiáveis, que permanecem em constante estado de adaptação como forma de aprendizado. Como se vestir esses outros corpos que a artista propõe nos coloca em estado de troca, onde sempre algo se leva é algo se deixa. Para Selva, vestir aquilo que nos é estranho, aquilo que nos repele, que nos coloca em estado de atenção é exatamente onde encontramos um lugar de liberdade para nosso corpo. É desse desconforto que cria-se lugares de empoderamento.
Ao colocar em relação essas perspectivas tão distintas de saberes e gestualidades, a proposta aqui é nos centrar sobre uma retomada de consciência sobre nós é sobre tudo aquilo que nos cerca como uma forma maior de compreensão individual e da criação de um futuro coletivo que contemple uma sociedade que respeita todas as existências em suas pluralidade e diversidades, buscando um equilíbrio entre razão, espírito e natureza.
Carollina Lauriano
Sobre a artista
Em Selva de Carvalho é o nome/duplo/corpo criado por Stephanie de Carvalho Klabin (1986, São Paulo, SP). Formada em Artes Plásticas(Licenciatura, 2009) pela Fundação Armando Alvares Penteado – FAAP. Após a formação, coordenou projetos de educação e sustentabilidade junto a escolas, ONGs e empresas.
Iniciou seu trabalho como artista visual em 2019, tendo o bordado e desenho como base. Transita também pelas artes do corpo/performance. Em sua pesquisa Ex-plora a materialidade, a Ex-pressividade e os devires dos tecidos, das linhas, dos papéis, das palavras e dos corpos -visíveis e invisíveis, humanos e não humanos – e das relações orgânicas, simbólicas e fantásticas entre eles. Atualmente participa do grupo de orientação artística, GOA, sob orientação de Ana Paula Cohen e Thiago Honório
Participou das seguintes Ex-posições coletivas: 2021, “Do sagrado e do profano” Galeria Karla Osorio, Brasilia, Brasil. Curadoria Fernando Mota; 2019, Projeto Edícula, São Paulo, Brasil. Curadoria Fernando Mota; 2019, “Anatomia de uma convivência” Galeria Rabieh, São Paulo, Brasil. Curadoria Carla Chaim, NinoCais e Marcelo Amorim; 2019, “Futuros Imaginados, Passados Reconstruídos” Galeria Lamb Art, São Paulo, Brasil. Curadoria Carollina Laureano; 2019 “Baralho” Casa Parte / Hermes Artes Visuais. São Paulo, Brasil. Curadoria Carla Chaim, Nino Cais e Marcelo Amorim; 2019 “No dia primeiro no nono andar” Galeria Lamb Art. São Paulo, Brasil Curadoria Carla Chaim, Nino Cais e Marcelo Amorim. Foi artista residente da Kaaysá Art Residency, São Sebastiao, São Paulo em 2019 Em 2022 teve individual na Escola Botânica, curadoria Ana Carolina Ralston. Suas obras foram Ex-postas em feiras internacionais como ARTRio, SPArte, India Art Fair, Este Arte/Uruguai.
Tem obras em coleções privadas e públicas, inclusive no MAR – Museu de Arte do Rio e no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, selecionadas por Paulo Herkenhoff. Fez residência no Espaço Fonte em 2022-23. O desenho e o bordado são bases importantes de desdobramento de sua poética, transitando também pelas artes do corpo, a dança e a gestualidade. Sua pesquisa mais recente investiga as relações estruturais e simbólicas entre essas linguagens, as possibilidades de configuração da matéria e a corporificação de um universo onírico e fantasioso.