A curadoria se sedimenta sob inspiração e homenagem à Semana de Arte Moderna
de 1922, marco da luta pelas mudanças estéticas que resgatou a potência da arte

africana na cultura brasileira e que fortaleceu a presença feminina nas artes, com ar-
tistas criadoras de obras primas que se tornaram ícones do modernismo e símbolos

de brasilidade que aludem à negritude. 100 anos depois ideias que impulsionaram o
movimento modernista permanecem atuais e propomos valorizar este momento por
expressões artísticas que o impulsionaram: a pintura, a escultura e a literatura.
Apresentamos 3 jovens artistas brasileiros.
Moisés Patrício, artista-sacerdote com pinturas, objetos, fotografias e esculturas

imbuídas da essência de sua origem e inspiradas em entidades da religião de ma-
triz africana. Seja o dia-a-dia de sua família, de seu terreiro, a memória de seus

ancestrais ou as oferendas que sugere à comunidade, inclusive por fotografias via
Instagram, resgatando valores essenciais para uma sociedade mais justa.
Matheus Marques Abu, jovem da periferia carioca, cuja pesquisa reflete sobre os
tráfegos atlânticos, repensa e representa o oceano que une e separa África e Brasil.
Sua pintura materializa pensamento sobre o conhecimento epistemológico da cultura

africana resgatando, por exemplo, a importância dos ADINKRA, criações feitas por
escravos em ferro para fins decorativo e funcional (ex: grades e portões), mas que
carregam nuance linguística sutilmente materializada criando comunicação profunda
cujo significado apenas eles percebiam.
Verena Smit alinhava o diálogo de modo delicado, mas pungente. Traz dois aspectos

essenciais que, síntese de valores modernistas: o feminino e a poesia. O resignifica-
do das palavras propostos por Verena Smit nos permite reorganizar nossa cartografia

mental. Mudar a trajetória de um sentimento, de uma opinião. Riscar um código e

colocar em seu lugar um outro, que seja oposto e/ou complementar. Nos leva a ou-
tros caminhos dentro de nossa própria mente e da conjuntura social em que vivemos.

Em síntese pretendemos destacar, por meio das obras de Moisés, Matheus e Verena,
um pouco da potência, do mistério e da profundidade da identidade brasileira. Todos
com várias obras inéditas, muitas trazendo em si valores do modernismo revisitados:
liberdade estética, nacionalismo e crítica social.
Bem vindos!

Para ver ao vivo, te esperamos até 20 de março na OCA do Ibirapuera.

Para ver o preview, clique aqui:
https://drive.google.com/file/d/1j9b3SyjzZLKtgObYIuMkFi0Iuue35Vqu/view?usp=sharing