Matheus Marques Abu

Matheus Marques Abu (1997), artista autodidata, desenvolve pesquisa independente sobre ancestralidade, espiritualidade a diáspora africana no Brasil, colocando em perspectiva a história colonial e suas reverberações no cotidiano de pessoas racializadas. Iniciou seu trabalho com a linguagem do pixo (pichação), tendo forte influência da cena do rap carioca, colaborou com as capas para um dos importantes eps do rapper BK’, Antes dos Gigantes Chegarem vol. 1 e 2. Também fez assistência para grandes artistas como Panmela Castro, na exposição “Rua!” no Museu de Arte do Rio (MAR) e para Tomaz Viana, Toz na mostra Cultura Insônia no espaço Caixa Cultural. A pintura surge durante a pandemia e numa viagem a Salvador descobriu um outro conjunto desímbolos, os “adinkra”. Trazidos ao Brasil pelos escravizados, esses ideogramas eram esculpidos sobretudo em portões e janelas do Brasil imperial por ferreiros negros escravizados, compondo uma forma sofisticada de comunicação e resistência à subalternidade. Resgatar essa linguagem através de suas obras é a um só tempo desafiar regimes de visibilidade dominantes e o cânone da história (inclusive da história da arte) eurocêntrica, trazendo à tona uma história alternativa invisível aos olhos da mente colonial.